O Rio de Janeiro, assim como todo o território brasileiro, é habitado por povos que falam diferentes línguas, sonham e vivem, segundo seus jeitos de ser e estar no mundo. Na região da Costa Verde, não é diferente. Ali, acarinhados pela Mata Atlântica e embalados pelas ondas do mar, vivem os Guarani Mbya e Pataxó. Encontrando formas de animar suas existências, eles lutam diariamente para manter seus territórios, práticas culturais, conhecimentos dos mais velhos e vencer as adversidades oriundas das relações, nem sempre amistosas, com a sociedade regional.
Tugyrape: Indígenas na Costa Verde é um convite para tornar mais visível as ricas culturas desses povos e para lembrar ao visitante que a Costa Verde sempre foi e será indígena.
Iremos expor as artes, cultura e história dos povos indígenas , guaranis e pataxós, presentes na região da Costa Verde, entre Angra dos Reis e Paraty. Mostraremos seus hábitos e costumes nos dias atuais a partir do conceito do Corpo-Território (Relação do corpo indígena com o território que vive: expressão da sua identidade, cultura e história de seu povo). É uma forma de luta contra a exploração dos territórios indígenas. Toda curadoria foi construída a partir das narrativas das aldeias e validação das mesmas até a finalização dos textos.
A tradução para “TUGUYRAPE” significa “na corrente sanguínea”, metáfora usada pela líder indígena Neusa kunha referindo-se aos territórios de fauna e flora brasileiros que não estão localizados na região da Amazônia , que seria o “Coração”. Logo , estes indígenas da Costa Verde, fazem parte desta “corrente sanguínea” cuidando e preservando para que o sangue circule por todo o “corpo” desde o “coração”.